depois da divulgação do governo de josé sócrates, a chusma do ppd, que agora anda em fanicos e onde ninguém quer o lugar que detém - santana não quer ser deputado, guilherme silva não quer ser líder parlamentar, manuela ferreira leite não quer ser candidata, carmona rodrigues não quer pôr-se a mexer da câmara - chegou-se à frente para dizer que a montanha pariu um rato e que a tralha tinha voltado.
de outro lado, os comunistas repetiram: 'neo-liberalismo!neo-liberalismo', como se nunca os tivéssemos ouvido dizê-lo antes.
da esquerda em bloco, um 'er...não parece bem...', na suprema arrogância de quem tem mais votos dos que aqueles que merece, nunca dispostos a dar o benefício da dúvida.
da extrema direita encapuzada, nem sinal. terão definhado?
os comentadores ressalvaram em boa hora a ausência de vitorino e a estranheza de freitas do amaral (com a acusação imberbe do tacho pelo voto).
depois da vergonha que foi a reacção à hecatombe eleitoral, em que todas as desculpas serviram para justificar o desastre das políticas de direita, apraz-me agora fazer um comentário sério a estas declarações verdadeiramente assombrosas. não fosse este um comentário sério, e chamar-lhes-ia de merdosas.
há que ter alguma seriedade.
mas vamos por partes.
a tralha. mariano gago é tralha? antónio costa - vice-presidente do parlamento europeu - é tralha? augusto santos silva?.
a ruptura. jorge coelho, seguro, ferro rodrigues, carrilho, jaime gama e vitorino, ficam no banco. para outros cargos? possivelmente. falta um presidente para a AR, um presidente para o grupo parlamentar, um presidente para a CML e um presidente para o país. se guterres não se chegar à frente, temos neste quinteto (jorge coelho não conta), cinco homens para quatro cargos. homens fortes no governo e no partido. adivinhem o resto.
a esquerda. jorge lacão (acérrimo de manuel alegre - que eu não me importava de ver na tribuna vip de são bento).
a garantia de trabalho e de competência: economia e finanças.
o descompromisso com o seguidismo político. confirmar com o espiríto das Novas Fronteiras e com a quantidade de ministros que não pertencem ao aparelho partidário.
a tecnocracia em mistura com a política.
freitas. um percurso político notável, um cargo de prestígio na ONU, uma mudança da mentalidade política, qualidades inegáveis para o cargo que vai ocupar. estranha-se mas entranha-se. fica apenas um senão: os valores da esquerda são diferentes dos da direita. e os valores não se mudam. ressalva o toque de exotismo político no elenco governativo de centro-esquerda.
portanto, dizia eu em tom sério, que o ppd não pode continuar a ter a postura política que teima em reafirmar. reformem-se internamente primeiro e esperem pelas reformas prometidas. depois, e entretanto, claro, se for o caso, critiquem.
mas até lá, por favor, façam o favor de ser felizes, calando-se.
04 março 2005
um comentário sério
por
joséreisnunes
à(s)
11:26 p.m.
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1 comentário:
ola!
muito obrigado pelo seu post. é sempre com agrado que os leio!
o meu ânimo é, muitas vezes, desmesurado, mas acaba por ser muito mais uma provocação que uma exaltação infantil de quem se apaixonou cegamente por uma cor partidária. no entanto acho que temos que ter confiança, não na forma de fé mas na forma de participação activa na mudança, e também, porque não dizê-lo, sorte.
eu já vi o million dollar baby, filme de nota máxima, pois claro. não penso que seja o melhor filme dos últimos 10 anos, como a profª. disse. já o tinha comentado com o meu irmão, aquando duma crítica semelhante no actual do expresso. mas vou seguir o seu pedido, e amanha faço um post para o a new order, bem arrumadinho como se quer.
até breve.
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