14 abril 2005

i will kill you if i must/de vez em quando convém falar sobre arquitectura

confesso que não sou um entusiasta da arquitectura de Rem Koollhas. confesso também que à partida o imbróglio da casa da música me fez questionar a pertinência e a adequação do projecto. o custo, o atraso, as implicações urbanas e a própria desadequação urbana, que tanta celeuma causaram, eram um obstáculo à aceitação da obra.
no entanto, e pelo que é possível ver através das televisões, a casa da música é um manifesto moderno e actual de arquitectura, um salto para o futuro do ponto de vista estético na cidade do porto, demasiado clássica e academista. o arquitecto siza vieira é marcante, sem dúvida. é o melhor arquitecto português, um dos melhores do mundo. mas o projecto do koollhas faz todo o sentido numa cidade que se quer afirmar do ponto de vista cultural e do ponto de vista empresarial. faz sentido que, como acontece nas principais cidades europeias e americanas, as pessoas ligadas aos grandes negócios cheguem ao porto e tenham na casa da música uma solução par a um carnegie hall ou a um de nachten.
sim, portanto, à casa da música. sim á sua estética arrojada, à sua solução urbanística, às páginas que pode abrir e ao conceito em si mesmo.
não, evidentemente, ao edifício do bpn que querem colocar à frente de um dos marcos fundamentais da obra de koolhas: o janelão do auditório, demasiado triunfal para ser direccionado para o escritório de um patego qualquer com um mercedes na garagem.

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