recordar é viver

esta semana o a new order recua até ao ano 2000 para relembrar uma das bandas mais queridas da minha prateleira. os at the drive-in, entretanto ramificados nos sparta e nos mars volta são, ainda hoje, um dos exemplos paradigmáticos do novo rock dos estados unidos.
relationship of command, a obra final e catártica é o exemplar mais que explicativo da ânsia que regeu a banda durante os curtos anos de vida. é indiscutível que a carga dramática e tensa que relationship of command consegue transportar para as atmosferas que cria é a mais valia deste long play. existe uma base cerebral permamentemente estudada nas composições e nas letras, mas o que interessa mesmo é a velocidade de processos, a dureza e emotividade das descargas e os ciclos quase exasperantes a que as guitarras se entregam nos quatro ou cinco minutos que duram cada tema.
o aval de iggy pop ajudou, e de que maneira, a reforçar a originalidade de uma mistura da escola rock americana com a influência própria de quem cresceu lado a lado com fronteiras de arame farpado por onde diariamente se vêem centenas de mexicanos tentar forçar o sonho americano. relationship of command só poderia mesmo ter sido composto no underground de el paso.
relationship of command é uma obra de uma visceralidade impressionante. creio até ser um dos mais importantes registos do rock americano deste novo milénio.
são minutos demasiado empolgantes.

9/10