
nada aparece por acaso.
bruce springsteen, para além de ter feito um dos álbuns chave da música tradicional norte americana, desde sempre se destacou como assumido patriota e como politicamente bastante interventivo. as seeger sessions que agora edita poderiam ter.se chamado apenas seeger sessions.
mas não. nada aparece por acaso.
e é por isso, e porque springsteen sabe que os eua têem que superar a crise de uma administração que cada vez mais está a condenar metade do mundo a sofrer consequências das quais não tem responsabilidade nenhuma, que as seeger sessions, que recuperam de forma magistral o reportório folk que escreveu a estória dos states que grande parte desconhece, pegaram num dos temas mais absorventes da americana para nomear um álbum que tem tanto dos outros como de springsteen.
este é, decisivamente, o boss que eu gosto.
faz.me confusão aquele de born in the usa, de bandeira às costas. mas atrai.me o de nebraska, o de devils and dust, aquele que consegue conjugar soberbamente os sons, as letras, tudo o que vem de trás com tarimba folk, com os sopros do jazz, os coros gospel e as mini-orquestras que fariam o gosto de tantos.
esta é a américa. a américa não é o reflexo dos bimbos de t.shirts sem alças a pavonear.se por veneza com total desrespeito por toda uma cultura europeia com séculos de evolução. a américa é muito mais. é um país com uma estória musical riquíssima e com uma série de cidades onde se escreveram as páginas mais importantes das rupturas e onde, neste momento, se prepara o rock do futuro.
e é por isto, por causa desta cultura que continua a construir as páginas dos estados unidos que os americanos devem ter a coragem de ultrapassar.
bom natal a todos.
8/10
21 dezembro 2006
we shall overcome, bruce springsteen
por
joséreisnunes
à(s)
8:00 p.m.
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