o benfica é, de há muitos anos para cá, a minha religião. entre amigos toda a gente sabe que para mim o benfica nunca perde. o fernando aguiar foi melhor do que o deco alguma vez será. e o pior que me poderia acontecer era ter um filho lagarto.
no entanto, e apesar da minha devoção incondicional, nunca fiz parte de nenhuma claque do benfica. aliás, para além de sócio do glorioso, a única instituição ligada ao futebol que merece o meu apoio são as brigate rossonere do milan. já fui sócio com as quotas em dia e só não continuo a ser porque não há forma de as pagar em portugal.
mas atenção que aquilo é uma claque a sério. dentro do panorama assustador que é o futebol italiano, as brn são um exemplo de dedicação e da correção possível. é claro que dentro do grupo existem muitos membros violentos, alguns deles ligados à extrema direita. mas num sector com 10.000 pessoas é impossível controlar o pessoal todo. no entanto o contacto que tive com as pessoas que estão à frente da organização permite.me dizer que a confusão instalada neste momento no calcio pouco terá a ver directamente com as brn. este comportamento é, aliás, sustentado pela relação directa entre claque e clube - o que limita a conduta violenta e o incitamento à vida ultra por parte dos seus dirigentes - mas também por toda a história que envolve os adeptos do milan. a fossa dei leoni, que cumpre hoje o 2º ano da sua morte, foi o local mais sagrado do adepto de futebol. e as brn herdaram o trono, respeitando.o dentro dos possíveis que uma vida dedicada ao calcio permite.
longe vão os tempos do roubo de faixas entre claques - verdadeiros troféus de guerra - mas a violência parece querer, pontualmente, regressar à vida do futebol italiano.
por cá, a pior fase parece ter já passado. longe vão os tempos em que os superdragões faziam (tudo) o que queriam. hoje em dia já só fazem o que lhes deixam. e longe vão os tempos em que era preciso levar capacete à lixeira para proteger a tola dos betinhos enraivecidos com sucessivas derrotas caseiras contra a equipa que o povo, normalmente, escolhe. no entanto, acontecimentos recentes têm vindo a despertar o sentimento de que o comportamento do adepto português está a regressar ao do tempo das cavernas. para além de um blog que para aí anda que apela, indiscriminadamente, à violência contra a autoridade (já agora o autor devia ir ver um jogo a san siro para perceber a diferença entre rebelião e estupidez), as claques do benfica recusam.se a aceitar as regras que são impostas às claques organizadas, ao nível da sua legalização. com argumentos muitas vezes pouco convincentes, o único caminho a seguir é o da aceitação.
a opção é a da dissolução enquanto claque.
eu, como indefectível apoiante do meu clube, com as quotas pagas e rios de dinheiro gastos em jogos todos os anos, respeito a malta das claques. são eles que nunca desistem e que andam sempre atrás da equipa. embora o apoio que concedem seja muitas vezes fraquinho (coravam de vergonha se vissem uma coreografia de um derby milanês), têem o direito à organização e à manifestação, dentro das regras, do seu amor ao clube. no entanto, têem que se dar ao respeito, controlando os inergúmenos, seguindo a via que melhor lhes convier.
para isto há que aceitar as regras do jogo.
não compliquem.
17 novembro 2007
há já muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável
por
joséreisnunes
à(s)
12:11 a.m.
tag benfica
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