autista, azevedo silva [2008] - em 2006 o luís azevedo silva contactou.me para escrever umas linhas sobre clarabóia, a demo que tinha acabado de lançar. desde então, não sei se por ter sido demasiado cáustico com o que era apenas uma primeira impressão, deixou de me procurar. em 2007 lançou tartaruga, o primeiro long play, e já este ano, em maio, aventurou.se com autista.
o luís, que eu neste momento considero o bon iver português - a frase é minha e não pressupõe que se copiem um ao outro, mas sim que ambos imprimem uma carga dramática brutal à música que produzem - é o tipo de músico que não precisa de se expôr para fazer música. os álbuns podem ser descarregados gratuitamente, as notícias são escassas, os concertos ocorrem em salas pequenas e se não fossem os blogs eu jamais teria continuado a acompanhar a sua carreira. no entanto, e apesar da contrariedade que possa resultar da falta de feedback massificado - não o conhecendo transparece.me no entanto uma grande e salutar indiferença em relação a isso - a música do luís é de uma honestidade inatacável. perguntam.se, provavelmente com desdém, o que é música honesta. sinceramente não vos consigo explicar. mas consigo.vos dizer que o ambiente que paira em autista é intemporal, e isto ainda a propósito do post anterior, não há tempo que consiga apagar a necessidade de se fazerem álbuns destes. o luís azevedo silva, apesar de ter uma voz educada e extremamente agradável, bem como um bom gosto acima da média nacional, não vai conseguir mudar o mundo com este novo álbum. ele deve.o saber melhor do que ninguém, e talvez por isso não faça de autista um cavalo de batalha demasiado orgulhoso. mas é da entrega de um músico que me conquistou com uma cover de uma música de daniel johnston que se consegue extrair o cimento de um álbum que está ao nível da boa lo-fi que se faz lá fora.
08 outubro 2008
hetero avaliação
por joséreisnunes à(s) 11:46 da tarde
tag álbuns
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3 comentários:
Olá Zé.
Não deixei de te contactar por nenhum motivo que não o de ter perdido o teu email. Confesso que quis mesmo falar contigo em várias ocasiões mas nunca dei com o contacto. Agora enviaram-me este teu post e resolvi voltar a agradecer-te por ainda ouvires a minha música.
E sim, sei que não vou mudar o Mundo. Se com "Mundo" te referes a um grupo enorme e demasiado grande de indivíduos que habitam o planeta Terra, então tenho a certeza desse facto! :D Mas confesso que tem sido bastante gratificante atingir algumas pessoas e ver que várias começam a pensar de maneira diferente. São poucas, sem dúvida. Menos do que o necessário e expectável para que a sociedade tenha um equilíbrio saudável. Espero que não penses que estas palavras são demasiado ambiciosas. Não é esse o meu intento. No entanto, tem sido o suficiente para continuar a acreditar e tirar os pés do chão.
Uma sugestão: no meu myspace publico todas as semanas um texto e vou dando notícias através do blog que lá mantenho. Se quiseres saber mais novidades, és bem-vindo.
Abraço.
Luís Azevedo Silva.
Bela descoberta.
olá luís
agradeço.te as tuas palavras mas não acho, sinceramente, que precises de me agradecer.o teu projecto foi o único, em 5 anos, que eu divulguei "a pedido" - é uma situação que costumo recusar - exactamente por encontrar nele a qualidade que não posso escamotear. já li algumas das coisas que tens escrito, e vou certamente continuar a acompanhar a tua "odisseia", sempre que possível. pelo que já tive oportunidade de compreender somos ambos pessoas conscientes, com visões filosóficas talvez um pouco diferentes. o que não invalida que não partilhemos uma atenção especial sobre a música (pura e dura) que vamos ouvindo e que tem pertinência. e dentro desse prisma o a new order continuará a acompanhar a tua carreira.
cumprimentos.
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