30 janeiro 2009

o primeiro da semana

working on a dream, bruce springsteen [2009]



não temos ninguém no nosso país que cumpra o papel que detêm bruce springsteen na sociedade norte-americana. depois de uma primeira fase menos interventiva do ponto de vista social - mas curiosamente bem mais interessante - e quando as coisas estiveram muito tremidas do ponto de vista do orgulho nacional, desencantou um álbum chamado born in the usa. quando as coisas não podiam estar piores e o americano comum sentia o país fugir.lhe pelos pés de um terrorista islâmico, springsteen lembra.se: we shall overcome. em 2009, na mesma altura em que ganha novo fôlego, a américa acorda com um espantoso lema, working on a dream.
springsteen não é o espelho da moral norte.americana. mas é quase isso. 
no entanto, working on a dream é um álbum pouco interessante. dos 12 temas que o compõem há quatro ou cinco faixas muito bem orquestradas. o resto é um springsteen em modo automático. 
mais desequilibrado que o seu antecessor - magic - e bastante longe do melhor álbum que o músico já produziu neste milénio - devils&dust - compreende.se, no entanto, a excitação latente ao longo do long play. caramba, até nós vibrámos com o renascer do sonho. mas isso não deveria significar relaxamento para alguém que fez um álbum chamado nebraska. springsteen tem uma responsabilidade para a música popular norte.americana comparável à de nomes como dylan, tom waits ou bob seger. e isso deveria automaticamente impedi.lo de produzir álbuns medíocres.
working on a dream é um título fantástico para um álbum. 
contudo, termina aí a adjectivação.

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