
é com muito respeito e com surpresa que nos fazemos render à pop indiependente dos canadianos wolf parade. apologies to queen mary é a primeira pedra que todas as bandas desejam atirar contra todos os que passam na rua e se deparam com música que, parece, sem exagero, caída do céu.
muito mais dramáticos e calmos que os clap your hands say yeah e dez vezes menos arty que os franz ferdinand, os wolf parade piscam os olhos a david bowie, à conjuntura canadiana que tão bons frutos tem colhido - arcade fire, broken social scene - enfim, aos últimos trinta anos da história do rock, para uma mistura que vem trazer alguma sensibilidade estética a um caminho que, como veremos quando aqui falar dos art brut, se estava a tornar cada vez mais cru.
caídos do céu os wolf parade vieram mostrar que há sentido para esta conversa toda. existe, algures no quebec, um quarteto que consegue arrumar um álbum rock com tendência pop, que algures em 1982 estaria a tocar lado a lado com a estreia dos pixies, sem que daí viesse confusão alguma para ouvidos mais desatentos.
a cadência quase triunfal de um som que não perde o seu carácter intimista, combinando lado a lado as cavalgadas triunfais de qualquer banda com the no início, os teclados saídos directamente de uma banda sonora dos anos 70 e uma voz que os radiohead não se importariam de utilizar nas investidas idm meets rock a que se propõem, são os maiores trunfos daquela que promete ser uma das referências futuras do novo rock. (só precisam de sobreviver às tentações).
apologies to queen mary é, de facto, um grande álbum.
8.3/10
23 abril 2006
apologies to queen mary, wolf parade
por
joséreisnunes
à(s)
9:40 p.m.
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