22 abril 2006

modern sound sessions



desde que me tornei frequentador das sessões da zdb as coisas nunca mais foram as mesmas. já aqui falei sobre aquele espaço e sobre o que significa no panorama underground de lisboa.
as coisas nunca mais foram as mesmas porque os meus ouvidos já sofreram danos significativos. só isso explica que eu continue a voltar de cada vez que é anunciado um daqueles concertos destinados a satisfazer a avidez dos mesmos de sempre. mas acho que continuo a voltar porque, apesar do barulho, os meus ouvidos indicam.me que há ali qualquer coisa. há ali um caminho que o rock está a seguir e que a zdb está, consciente ou inconscientemente, a ajudar a promover.
as modern sound sessions regressaram ontem ao aquário do bairro alto com panda bear a abrir para os black dice. sobre o primeiro, cara metade dos estimulantes animal collective, há muito a dizer.
o tipo mostrou.nos um indie rock experimental bastante agradável, onde a electrónica se mistura com o espírito independente da quebra das regras do rock. não vão direitos à audição à espera de palminhas ou de ritmos encaixados em quatro minutos. o panda bear está um pouco à margem disso e a caixa de ritmos e colagens de que se serve durante meia hora apresenta.nos uma visão nada linear da composição ou da harmonia. no entanto, e apesar da estranheza daquilo que nos pode ser familiar, as coisas funcionam.
já em relação aos black dice pouco tenho a dizer. foi a segunda vez que os ouvi fazer sons ao vivo, e, tal como no sudoeste 2005, aquilo está muito para além da minha percepção. existe ali qualquer coisa que mistura rock com eletrónica e com noise japonês feito por tipos com barba de lenhador americano, mas está fora do meu gosto.
ainda não é para mim.

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