o futebol está hoje, como há quarenta anos, ao serviço de um regime. em 1966, ao mesmo tempo que lá fora o quadrado mágico que equipava de águia ao peito abria os olhos ao mundo com a cor da selecção nacional, fazendo-se ao regime salazarista, mesmo que o magnífico simões recuse essa ideia, hoje a mesma equipa está ao serviço de outro regime.
ainda não sei bem, neste momento, se fale de futebol ou desta primeira ideia.
porque por um lado apetecia-me relembrar o saudoso jogo suado do eusébio, zé augusto, mário coluna e antónio simões [porque todos sabemos que a selecção equipa de vermelho e não de verde] mas por outro lado não me desagrada a ideia de mandar uma alfinetada na populaça.
é que isto hoje toda a gente pede à nossa senhora para a selecção ganhar. e já são tantos pedidos e tantos crentes satisfeitos que começo a suspeitar que a nossa senhora deve estar quase quase a meter férias do scolari.
(que para o bem e para o mal meteu a selecção a jogar à bola)
no fundo este novo regime é a aspiração nacional à justificação pelo oculto. sócrates, hoje, não precisa do futebol como salazar precisou.
tem a internet.
mas a igreja, que deve estar a dar pinotes de satisfação com tamanha euforia devota à senhora precisa.
no fundo, no fundo, a selecção está ao serviço da igreja.
04 julho 2006
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por
joséreisnunes
à(s)
7:36 p.m.
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3 comentários:
concordo contigo, mas também eu me deixei envolver pela euforia… SOCORRO!
tens que dar o desconto à dose habitual de ironia
:)
totalmente de acordo. desde as trivelas da irmã lúcia que o tenho vindo a dizer...
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