28 junho 2006

veneer, josé gonzález



se josé gonzález mudasse o nome para qualquer coisa que soasse a inglês venderia dez vezes mais discos do que os que vende. é que josé gonzález parece nome de dj house e, parecendo que não, isso é à partida desmotivador.
se mudasse de nome, acredito, não seria recebido com a estranheza com que vai ser ouvido no sudoeste deste ano. mas tenho a certeza que a partir desse dia a turba vai a correr para a fnac comprar veneer.
veneer tem tudo o que nick drake deixou quando morreu. tem tudo o que devendra banhart procura, mas com maior racionalidade e maior sensibilidade. josé gonzález, o sueco com nome de nharro, tem a melhor voz que eu já ouvi este ano. e embora datado do ano que passou, veneer está aí mais do que presente.
se ainda não chega, percebam que veneer se baseia em meia hora de um tipo agarrado à guitarra a recordar o que poderiam ter sido os dias de reclusão em que john faye se encontrou, qual milagre, com o espírito de elliott smith.
e como daí [parece tão fácil] se fez música.
quase brilhante.

8/10

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