y's é um álbum a sério.
é um álbum daqueles com uma grande orquestra inglesa, daqueles gravados em abbey road, daqueles com jim rourke na produção e daqueles que conta uma estória do princípio ao fim. é um daqueles álbuns que é preciso perceber as letras para compreender a conceptualidade que lhe está associada.
é, portanto, um daqueles álbuns que eu nunca estarei preparado para comentar decentemente, pelo simples facto de que não tenho grande paciência para tentar perceber qual é a verdadeira ciência que está por detrás da música.
eu limito.me a absorvê.lo.
e nesse sentido é estranhamente interessante perceber que joanna newsom se reinventou ao segundo álbum. depois de uma estreia engraçada, que elevava ao patamar daquilo que sobressai de um artista uma voz que o meu irmão definiu como próxima de uma personagem da rua sésamo, joanna encontrou uma forma de extravasar as fronteiras do pouco mais que razoável.
é de facto um salto qualitativo enorme este de y's. em primeiro lugar este é um álbum épico que deixa de lado a referência branda da folk de milk-eyed mender, o seu debut. as faixas continuam a parecer saídas de uma estória para crianças com mais de dezasseis anos, mas ganharam corpo e substância. enfim, ganharam idade e transformaram.se em composições próximas de uma pop erudita carregada de referências que atravessam de uma ponta à outra a imagética pastoral e a dimensão teatral inerentes a uma produção deste tipo.
y's é, pensando bem, como que um teatro musicado. e é de facto extraordinário pensar que perdemos uma cantora folk interessante mas que ganhámos uma compositora bastante original.
como será o terceiro ensaio?
8.3/10

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