entre as crises dos críticos de cinema, declarações do joão lopes e telenovelas das 10 da noite, existem dois tipos de actores em portugal: os que tratam todos os papéis como se fossem personagens de shakespeare - seja o merceeiro de campo de ourique ou o executivo do saldanha - e os que fazem de labregos com um sotaque tão estúpido e tão falso que aquilo que produzem nem para os malucos do riso serve.
não percebo como é que se perde tempo a discutir o cinema português.
10 comentários:
that makes two of us!
tenho quase a certeza de que seremos mais do que 2.
pois. se me quisesse repetir dizia que já eramos dois
haha
mas não. vou apenas concordar!
tinha piada.
Sinceramente, fiquei com vontade de deixar de ler este blog depois de tal opinião (desculpem desafinar do vosso tom...ou melhor, não desculpem). Penso que escolhem mal os filmes que vêem, é tudo.
se é essa a tua vontade, estás no teu direito. mas recordo.te que este post tem um contexto subjacente e não é, propriamente, sobre todos os filmes portugueses - que nem posso comentar porque, simplesmente, não vejo. este post tem a ver com o diálogo que anda a levantar poeira na blogoesfera sobre uma crítica ao slumdog millionaire - e, como consequência, sobre os críticos de cinema portugueses -, tem a ver com as interpretações na série sobre a vida íntima de salazar, com o contrato, com aquele filme onde entra o luís figo e todos onde entra a cláudia vieira, com uma telenovela da tvi que dá depois do telejornal, etc. mas isto é só a minha opinião.
esqueci.me de acrescentar: cinema é uma palavra mais vasta do que o conjunto dos filmes que se fazem num determinado país. releva para os produtores, marketing, crítica, salas de exposição, filosofia de produção, etc. o cinema português, com alguns intervenientes saudáveis, é certo, não deixa de ser uma entidade culturalmente fraca. e não é um problema de financiamentos ou de condições técnicas. o problema está no círculo de pessoas que decidem o que é que sai cá para fora e o que é que tem de ir a berlim, veneza ou sundance afirmar.se. e essas pessoas, culturalmente, são pirosas.
Os teus comentários alteram bastante a minha perspectiva sobre o teu post, que considerado isoladamente é reducionista e gratuito. Concordo inteiramente com o que acrescentaste. Julgo que continua a valer a pena discutir o cinema português porque as excepções, pese embora a sua escala, são meritórias. Aqui incluo o trabalho de uma Ana Padrão ou de um Filipe Duarte, por exemplo. (Quanto aos filmes e telenovelas que referiste, quem nunca os viu fui eu.)
gratuito parece.me um adjectivo perfeitamente atribuível ao meu estilo de escrita. reducionista admito que sim, mas mantenho a minha dúvida. tinha um professor que me chamava um fascista da palavra, e embora o jorge manuel lopes uma vez tenha dito que eu não tenho espírito canónico, entendo que a crítica deve ser implacável quando nos achamos na razão. para tudo o resto existem as agências noticiosas.
A crítica nunca é, por vocação, neutra, mas deve ser suficientemente conhecedora sempre que for generalizante (como no título do teu post). Para tudo o resto existem as frases feitas.
(Que se mantenha o estilo, aliás, por algum motivo sou leitora assídua.)
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