meio disco!, os quais [2009]
os quais de um bife no chiado são a banda pop portuguesa mais interessante dos últimos anos. uma vez que não sou grande fan da música portuguesa, e como não tenho paciência nenhuma para as manias do reininho, fico muito satisfeito por, finalmente, ter um nome para contra-argumentar os gnr.
mas o que me satisfaz ainda mais é perceber a forma como o jacinto e o tomás descalçaram a bota do caetano no recado. o j.p. simões - que até é um tipo que eu gosto de ouvir cantar em inglês, em francês, em português, mas nunca em brasileiro [jamais!, dizia o nosso ministro] - já deve andar a tirar notas sobre isso. compreendam portanto que não lhes terá sido nada fácil embarcar uma bossa em sotaque lisboeta, com palavras lisboetas e com lisboa como fundo [se bem que os tortellini sejam de outra história].
agrada.me também o caído no ringue. o riff, o feeling, o que lhe queiram chamar, faz.nos voltar por momentos aos clash e ao que de bom os libertines lhes copiaram. manifesto também a minha simpatia pela calma da mondrianica e pelo rock encavalitado do lero lero. desculpem.me os citados mas acho que a rapariga da caixa está fora do baralho.
o meio disco! d'os quais é a segunda* edição com selo da amor fúria, primeira a entrar no circuito comercial. entre a pop dos beatles e a tropicália de jeito sentimentalão (referências assumidas e facilmente desmascaradas), o duo da capital assina um belo registo. ficamos à espera de saber se, para a editora - e socorro.me aqui da mensagem de corporação do it yourself que perspassa pelo que têm promovido para a envolver nesta conversa - esta será a parte 0 de um capítulo por escrever ou a parte 1 de uma estória que já está a ser escrita.
os desenvolvimentos, pelo que pude saber, seguem dentro de alguns momentos.
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9 comentários:
Em bom rigor é a 2ª edição discográfica da Amor Fúria, a 1ª é o AF 002, o disco do Manuel Fúria, As Aventuras do Homem Arranha, que também é o FC014. Uma espécie de edição a meias. Uma meia edição. Mas sim, é a primeira a chegar ao circuito tradicional.
fica registado o reparo.
Os Quais merecem-me alguma simpatia, mas ouvi-los lembra inevitavelmente um pastiche do Vitorino e da sua toponímia (da Calçada do Combro ao Chiado). Não deixam de soar a déja-vu, embora sempre simpático.
neste caso específico pastiche não me parece a palavra mais apropriada.
A escala "pastiche vs. leve evocação" depende seguramente das memórias auditivas de cada um.
foi pela evidência da tua observação que fiz notar a minha. podíamos passar a tarde inteira neste momento monty python (qual papel? o papel!) mas acho que devemos concordar em discordar.
Sim, concordo :)
olá José Reis,
a gasosa segue atentamente o trabalho desenvolvido aqui na new order.
um abraço gasoso e continuação de excelente trabalho.
www.vaiumagasosa.com
ora então muito obrigado.
um abraço.
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