parece que a poeira já assentou sobre a polémica que marcou os últimos dias da ribeira das naus. uma vez que tive prestação discreta - o assunto não me dizia propriamente respeito - deixo agora algumas considerações.
a crítica de música indie portuguesa é fraca.
os protagonistas - jornalistas ou não - estão grande parte das vezes mal preparados para a fazer e sofrem de um mal comum ao jornalismo português: falta de ideias. ao contrário do que os críticos pensam, a crítica é criticável. os fundamentos da crítica são criticáveis. o estilo e a forma são criticáveis. caramba, até o gosto é criticável. isto para dizer que a falácia da liberdade, evocada muitas vezes nestas discussões, devia ter os dias contados. a liberdade crítica só faz sentido quando relacionada com o conceito de responsabilidade. porque se eu for um crítico, e relembro o que alguém disse numa das intervenções - sendo que escreve num jornal, quem o lê é potencialmente toda a gente - e quiser fazer uma crítica ao novo álbum dos sonic youth, terei a liberdade para o fazer em torno de cãezinhos de porcelana, não dizendo uma única palavra sobre o disco em si?
é claro que não.
a crítica não é um exercício de onanismo. palavras chave a reter: honestidade intelectual.
mas centremo.nos no caso em questão. não se esteve a discutir conteúdo crítico. porque esse é, de facto, o tema mais difícil de rebater. discutiu.se, sobretudo, a forma da crítica. a mim pouco me importa o que o joão lisboa pensa dos discos que ouve. apesar de gostar do estilo da prosa - mas não do da resposta directa que se assemelha a qualquer coisa saída de um maus manual persecutório - não lhe dou grande crédito enquanto opinion maker. para dizer que não será por ele que comprarei qualquer álbum. mas desagrada.me ver um crítico que se dá ao trabalho de responder a quem o critica apenas para dizer que o brinquedo é dele e de mais ninguém. mais lhe valia continuar a caminhada solitária que parece querer perpetuar sem escrever uma palavra. nunca ninguém lhe pediu que mudasse de opinião - eu bem sei como isso seria complicado. apenas foi dito que a forma da crítica, a ausência de informação útil ou de considerações próprias, é uma via que desagrada a quem o lê. e que a suspeição de uma intriga não é crítica, é telenovela.
duvido que alguém tenha aprendido alguma coisa com isto. de um lado estiveram pessoas que não ganham nada em dar opiniões, que não têm tempo de exposição pública e que tomaram de assalto o espaço dos blogs para democratizar a crítica. e que o fazem sobretudo porque gostam. do outro lado esteve um crítico cujo nome aparece semanalmente nos jornais, que não quis perceber o que lhe estavam a querer dizer e que continuará a desenvolver os seus textos - agora bem que o posso dizer sem receios - insipientes. entre estes dois pólos os yes men que a tudo acenam com a cabeça.
quero que reparem numa coisa: os críticos de música portugueses não são a minha referência para me actualizar. o trabalho que fazem está demasiado próximo conceptualmente do de uma agência noticiosa. as minhas referências são as pessoas que estão aí nessa lista ao lado.
por isso tanto se me dá se o joão lisboa, ou outro crítico qualquer, não quiser reflectir sobre a crítica à crítica. o país caíu há muito num princípio de peter generalizado.
a solução é lerem blogs.
a crítica de música indie portuguesa é fraca.
os protagonistas - jornalistas ou não - estão grande parte das vezes mal preparados para a fazer e sofrem de um mal comum ao jornalismo português: falta de ideias. ao contrário do que os críticos pensam, a crítica é criticável. os fundamentos da crítica são criticáveis. o estilo e a forma são criticáveis. caramba, até o gosto é criticável. isto para dizer que a falácia da liberdade, evocada muitas vezes nestas discussões, devia ter os dias contados. a liberdade crítica só faz sentido quando relacionada com o conceito de responsabilidade. porque se eu for um crítico, e relembro o que alguém disse numa das intervenções - sendo que escreve num jornal, quem o lê é potencialmente toda a gente - e quiser fazer uma crítica ao novo álbum dos sonic youth, terei a liberdade para o fazer em torno de cãezinhos de porcelana, não dizendo uma única palavra sobre o disco em si?
é claro que não.
a crítica não é um exercício de onanismo. palavras chave a reter: honestidade intelectual.
mas centremo.nos no caso em questão. não se esteve a discutir conteúdo crítico. porque esse é, de facto, o tema mais difícil de rebater. discutiu.se, sobretudo, a forma da crítica. a mim pouco me importa o que o joão lisboa pensa dos discos que ouve. apesar de gostar do estilo da prosa - mas não do da resposta directa que se assemelha a qualquer coisa saída de um maus manual persecutório - não lhe dou grande crédito enquanto opinion maker. para dizer que não será por ele que comprarei qualquer álbum. mas desagrada.me ver um crítico que se dá ao trabalho de responder a quem o critica apenas para dizer que o brinquedo é dele e de mais ninguém. mais lhe valia continuar a caminhada solitária que parece querer perpetuar sem escrever uma palavra. nunca ninguém lhe pediu que mudasse de opinião - eu bem sei como isso seria complicado. apenas foi dito que a forma da crítica, a ausência de informação útil ou de considerações próprias, é uma via que desagrada a quem o lê. e que a suspeição de uma intriga não é crítica, é telenovela.
duvido que alguém tenha aprendido alguma coisa com isto. de um lado estiveram pessoas que não ganham nada em dar opiniões, que não têm tempo de exposição pública e que tomaram de assalto o espaço dos blogs para democratizar a crítica. e que o fazem sobretudo porque gostam. do outro lado esteve um crítico cujo nome aparece semanalmente nos jornais, que não quis perceber o que lhe estavam a querer dizer e que continuará a desenvolver os seus textos - agora bem que o posso dizer sem receios - insipientes. entre estes dois pólos os yes men que a tudo acenam com a cabeça.
quero que reparem numa coisa: os críticos de música portugueses não são a minha referência para me actualizar. o trabalho que fazem está demasiado próximo conceptualmente do de uma agência noticiosa. as minhas referências são as pessoas que estão aí nessa lista ao lado.
por isso tanto se me dá se o joão lisboa, ou outro crítico qualquer, não quiser reflectir sobre a crítica à crítica. o país caíu há muito num princípio de peter generalizado.
a solução é lerem blogs.
2 comentários:
Isso das agências noticiosas é bem verdade, pá. E as palavras-chave são essas mesmo.
O crítico receia reconhecer que não conhece, que não sabe. O crítico sabe tudo e tudo conhece, daí que seja crítico. De vez em quando - muitas, muitas vezes - a coisa dá para o torto.
Cá para mim, vou fazendo como tu. Crítica de música portuguesa? Vou vendo e ouvindo por aí. Quanto aos profissionais, leio-os mais por curiosidade que por outro motivo qualquer.
Ah, e Sonic Youth + cãezinhos de porcelana = melhor álbum, vá, da década. (Espero que eles venham cá de vez em quando.)
sonic youth + cãezinhos de porcelana parece.me óptimo...hehe...
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