é preciso ter tido uma infância difícil ou ser.se completamente surdo para se estar em casa, descansadinho no sofá ou às voltas com aquela edição memorável de março da fhm onde aparecia a mariana monteiro, a ouvir os álbuns dos lightning bolt. isto porque, de facto, não consigo encontrar maior contradição do que a que associa três palavras: música/lightning bolt.
é por estas e por outras, que humildemente prefiro ocultar, que me dá para encarar o que se passou ontem no recôndito (mas contudo bem iluminado) piso -5 do parque camões mais como uma experiência do que propriamente como um concerto. é que um concerto pressupõe música e os lightning bolt desde sempre contornaram muito bem essa questão. foi pouco mais de uma hora a ouvir martelar na bateria, sangue quase a escorrer pelas colunas, súor certamente empapado no chão e na máscara que os rapazes pisaram, uma data de miúdos a precipitar.se sobre os 2 norte-americanos, uma série de gente pelo ar quase a bater com qualquer parte do corpo num tecto maravilhoso de tão baixo que é.
e no fim, para além do zumbido constante nos ouvidos - resultado directo da desconstrução sonora típica de uma performance desta natureza - a certeza de que, já tendo visto uma actuação dos lightning bolt, duas dos black dice e um festival de deathcore na póvoa do varzim, não há nada que me possa surpreender.
aquilo pode não ser música. mas é muito mais do que barulho. só não sei bem o quê...
é, certamente, de antologia.
24 novembro 2008
lightning bolt @ zdb transferida para o parque camões
por joséreisnunes à(s) 4:29 da tarde
tag concertos
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